CELESTINO ALVES (1929 - 1991)

  

 

 Poeta, escritor,  compositor popular, radialista e cordelista. Considerado como um escritor versátil, encontram-se vários gêneros escritos. São temas de ordem lírica, cultural, religiosa e social.  Os temas religiosos são abundantes:  à fé em  Cristo. Nos temas socio-culturais, ele destacou a violência, o flagelo da seca, a vaquejada e outros temas. Viveu intensamente sua região. Os problemas do Nordeste sempre o preocuparam. Acreditava que, para haver uma mudança no cenário de vida do nordestino, era preciso uma perspectiva na política, através de uma ação social. De forma honrosa, manteve um bom casamento com a sua grande companheira Rosilda e soube criar seus 15 filhos, repassando todo o seu legado de grande homem que foi. Sempre usou bom senso e objetividade quando do desempenho de suas funções na defesa dos mais "desamparados da sorte".    Sensível ao progresso, tinha uma larga visão em seus pronunciamentos e escritos.

Era um autodidata e grande pesquisador da cultura do sertanejo. Dentre as muitas atividades que assumiu, destacam-se: presidente da Associação Estadual de Poetas Populares do Rio Grande do Norte (AEPP), em 1988; funcionário público, exercendo a função de Guarda Fiscal; funcionário federal (FOMENTO Ginásio Agrícola); mestre de obras na construção civil, em Brasília; vereador da Câmara Municipal de Currais Novos, entre 1967 e 1971.

 Foi, durante oito anos, comentarista agrícola e econômico da Rádio Ouro Branco, atuando no programa "Domingo Total" e era uma dos âncoras mais bem sucedidos das vaquejadas que aconteciam na cidade por ocasião da Festa de Sant'Ana. Como vereador, apresentou inúmeros requerimentos visando a melhoria das condições de vida da população, na época com crescimento urbano muito elevado devido ao "auge" da economia mineradora do município. A abordagem dos fatos, em todos os gêneros literários, é rica em detalhes em todas as obras de Celestino. O escritor incorporou a história oral e o seu testemunho como fontes essenciais para sua bem sucedida carreira na literatura. Escreveu quatro livros, em prosa:

·        O Nordeste e as Secas - 1983;

·        Retoques da História de Currais Novos (1985)

·        Vaqueiros e Vaquejadas (1986)

·        Matutos e Tropeiros (1989).


   Tendo produzido diversos folhetos, destacam-se as homenagens aos ícones, anônimos ou não, da identidade nacional. Destaca-se: O menestrel do Seridó - Dinarte Mariz.  Chegou a produzir literatura de cordel, destacando- se pela maestria na criação de versos. A presença de vida em meio aos tempos de seca, a exemplo dos cactos, institui um clima de perseverança, contrastando com a melancolia crepuscular do ambiente hostil. No poema Seca, Celestino volta- se inicialmente para Deus, numa reflexão incontida, diante da tragédia causada pela falta de chuva. Apesar de estar em plena atividade, enfrentou problemas de saúde nos últimos dois anos de sua vida. Faleceu no ano de 1991, aos 62 anos de idade. Celestino Alves é pai da vereadora de Currais Novos/RN Maria Aparecida Alves Othon do PTB, mais popularmente conhecida como Dadá do Hospital.



 

 

 

 

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